2 de jun. de 2013


                      A MEMÓRIA DAS INSTITUIÇÕES

 Publicado em 20-02-13

Tenho participado de várias instituições brasileiras que se destacaram e ganharam um passado importante e até histórico. Também tenho conhecido, convivido e sido integrante de várias instituições internacionais de grande significado mundial, o que me permite fazer as comparações.

Da mesma maneira que a nossa Memória Individual, com seus diferentes tipos e manifestações, como tenho já destacado para vocês verificamos, com tristeza, a pouca importância que nós brasileiros damos para a preservação dos fatos, atos e passado de nossas instituições. E mais, a pouca importância que damos, também, para os seus planejadores, criadores e administradores posteriores das instituições públicas e, principalmente, privadas.

Temos tido uma melhoria nos últimos anos, principalmente nas memórias das instituições públicas, sociais e culturais, mas ainda muito insuficiente para os critérios internacionais.

Nas instituições privadas, ditas particulares, a falta de valorização e perpetuação dos fatos acontecidos e das pessoas envolvidas é muito grande. Muitas vezes fica apenas conservada e valorizada a figura de seus Criadores. Esquecem que estão perdendo uma grande oportunidade, quando bem feito esse destaque, uma maneira importante de engrandecer a Instituição e torná-la mais conhecida e valorizada pela sociedade em geral. Comprovei que, em algumas delas, é até muito triste essa prática.

Fiz parte de duas instituições internacionais públicas, não governamentais, que destacam enormemente essa cultura de perpetuação de suas Memórias: a Fundação Kellogg e o Rotary Clube. E aí comprovei a importância dessa Memória Institucional, valorizando os seus criadores e também seus dirigentes e seguidores posteriores.

W.K.Kellogg e Paul Harris. doaram grande parte de seus tempos e fortunas  para o benefício da humanidade, mas com destaque dirigido para as criações e seguidores posteriores. Seus projetos e programas, desenvolvidos em quase todo o mundo, são planejados e executados por dirigentes e seguidores conscientes de suas  responsabilidades e valores.

Daí a grandeza alcançada pelo verdadeiro amor que os seus seguidores tem pelo que projetam, fazem e dignificam.

Sinto um grande orgulho de ter participado dessas instituições, que são tão importantes para os nossos povos, que tenho de reconhecer que muito mais eu poderia e deveria ter dado para elas.  

E aí, criadores e dirigentes das instituições brasileiras, vamos pensar no que os profissionais da informação chamam de Sociedades do Esquecimento? Garantimos para vocês: “elas não valem a pena”. O Futuro vai provar o que digo.

 

Antero Coelho Neto
Médico e Professor